Di María cresceu e se formou nas categorias de base do Rosário Central. Por lá fez carreira como ponta esquerda. Porém, teve de jogar e se adaptar em outras posições cada vez que jogava com a seleção argentina. Durante este tempo, teve um grande seguidor: José Mourinho. O treinador português sempre o acompanhou com atenção. Admirava o seu futebol.
O representante do técnico merengue, por destino ou coincidência, era o mesmo do jogador argentino: Jorge Mendes. Com isto, os contatos foram bem fáceis; Nos últimos anos, Ángel di Maria jogou no Benfica de Portugal numa posição bem ofensiva. Seu ex-treinador, ao saber que o craque estava indo para o Real Madrid, disse o seguinte: “É a melhor contratação do Madrid. Nos últimos 30 metros é imparável”, comentou.
Mourinho estuda bastante antes de colocar algo em prática. Com Di María não foi diferente. O português sabia que o argentino era valioso. ‘Mou’ estava certo, já que em tão pouco tempo o camisa ‘22’ mostrou que é rápido e eficiente. Di María conquistou os torcedores madridistas. O treinador da equipe teve participação neste arranque. Foi isto o que disse antes de sua apresentação: “Temos que ensiná-lo a jogar fora do seu lugar habitual para que apóie o meio de campo e gere espaços para os atacantes”.
A primeira coisa que Mourinho disse ao chegar a Madrid era que precisava de um meia. Deu as características de Di María, logo após o seu nome e por fim a vontade de pagar o que o Benfica estava cobrando. Florentino Pérez, no entanto, não queria pagar 25 milhões de euros por um jogador que não estava na mídia. Ou como diziam alguns, um “coadjuvante”. Mas, como o técnico era Mourinho e o português não desiste, o presidente cedeu. Infelizmente o jovem Rodrigo Moreno precisou ir embora, mas deu certo.
Fora dos holofotes, Di María foi se consolidando como peça fundamental da equipe blanca. Só contra o Racing, por exemplo, participou de quatro dos seis gols dos merengues. Sobre o carinho da torcida, disse assim: “Estou feliz por que a torcida está reconhecendo o meu esforço. As coisas estão indo bem e isso me faz feliz”, completou. O argentino segue sendo um dos melhores e mais regulares jogadores da equipe e ganhou, com méritos, o seu lugar no time titular de Mourinho. Mas ambos querem mais.
Contra o Racing, Mourinho, que já tinha gasto as três substituições, decidiu tirar Di María de campo faltando alguns minutos para o fim, pois percebeu que o argentino tinha sentido a perna. Deixou a equipe com dez jogadores, ao mesmo tempo em que abraçou o jogador e pediu para que a torcida no Bernabéu aplaudisse o agora ponta direita. Di María não se esqueceu da moral que ganhou naquele momento: “Mourinho disse que estava orgulhoso do meu trabalho e fico feliz com isso”, disse com um sorriso no rosto.
Não é a toa que Di María foi a primeira contratação da era ‘Mou’ e, ainda por cima, a contratação mais cara do Real Madrid na temporada.