No dia 16 de janeiro de 2010, completou um ano desde que Ramón Calderón apresentou a sua carta de demissão como presidente do Real Madrid, cargo que ocupou desde 2 de julho de 2006. Dois anos e meio repleto de escândalos, mas com dois prêmios importantes em sua passagem: Dois títulos da La Liga consecutivos.
Calderón esteve envolvido em situações de verdadeiro vexame, desde o ato de usurpar a presidência nas eleições até ao escândalo na Assembléia de 7 de dezembro de 2008, que acabou com a sua trajetória. Ainda, se alguma das sentenças demonstrarem que se beneficiou de sua posição de privilégio, perderá a condição de sócio. Inclui aí o fato de que muitos madridistas desejam que se arranque o seu retrato da galeria de presidentes.
Um ano depois, o clube colocou as coisas no lugar e arrumou a casa. Primeiro com Vicente Boluda, que teve sensatez na sua gestão e logo com Florentino Pérez, que devolveu a ilusão ao madridismo com o seu segundo projeto no Real Madrid, mesmo que seja com o dinheiro que o clube não tem. Gastos que são tido como investimentos a longo prazo.
Florentino definia a etapa de Calderón assim: ''Seu mandato foi uma grande mentira. Uma grande mentira que eu tenho certeza que será descoberta, porque tenho fé na justiça''. Calderón foi eleito presidente no dia 2 de julho de 2006. Desde este mesmo momento começaram as dúvidas sobre o quão limpo tinha sido a sua campanha.
Em maio de 2008 foi cobrado e acusado de fraude no voto por correio. O curioso é que foi ele quem denunciou possíveis irregularidades pouco antes de ser eleito, algo que o judiciário não perdoa. A sua denúncia fez com que a juíza aprovasse as medidas cautelares para que o voto por correio não fosse contabilizado nos comícios. No total, 10.551 votos. Calderón somou 8.343 votos; Palácios somou 8.098; Villar Mir somou 6.702; Lorenzo Sanz somou 2.377 e Baldasano somou 1.581.
O seu segundo grande escândalo veio na Assembléia do dia 7 de dezembro de 2008, na qual o juiz encarregado do caso indagou se havia eleitores falsos colocados pelos membros da equipe de Calderón para aprovarem as contas em votações sem urnas.
Calderón se demitiu no dia 16 de janeiro de 2009 por enorme pressão da mídia, que denunciou as irregularidades de sua gestão e em especial por esta sujeira na Assembléia, que foi uma vergonha para a história do Real Madrid. Em seu adeus na coletiva de imprensa, Calderón assegurou que ia embora ''com a consciência limpa'' e ''as mãos limpas'', e que esperava que com a entrega de sua ''perseguida cabeça'', o clube alcançasse a paz social após os tempos de revolta. Calderón se despediu entre lágrimas ao lembrar-se de sua família e cedeu o seu lugar para Vicente Boluda, a quem se encarregou de preparar o terreno para uma transição tranqüila as novas eleições, cujo único a se candidatar foi Florentino Pérez.
O novo presidente Blanco, que tinha a intenção de levantar os tapetes e mostrar a sujeira debaixo dele, finalmente deixou nas mãos da justiça as decisões sobre as atuações de Ramón Calderón em seus dois anos na presidência do Real Madrid.
Belo post. E muito interessante.
ResponderExcluirObrigado, Felipe.
ResponderExcluirVolte sempre.
Abraços,