Enquanto isso, Robben e Sneijder...

Robben e Sneijder não jogaram o clássico Real Madrid vs. Barcelona neste fim de semana, mas muito provavelmente um deles jogará a final da Champions no Santiago Bernabéu. Com o decorrer da temporada, os torcedores foram tendo mais motivos para reclamar das vendas dos dois holandeses. Suas vendas, no entanto, foram um tiro no pé. Os madridistas e a comissão técnica queriam manter os dois craques, mas a cúpula não ligou.

Robben marca um golaço, a la Zidane, e classifica o Bayern na Champions.

Sneijder, no momento da cobrança da falta que classificou a Inter na Champions.

A venda deles, com os olhos atuais, refletem um fracasso de estratégia. Se é que a cúpula do clube tinha alguma estratégia real e não apenas por interesses extra-campo. Segundo fontes internas, os gastos da temporada atual com contratações milionárias obrigaram o clube a considerar um equilíbrio na balança. Depois de gastar 250 milhões, Florentino Pérez resolveu recuperar uma parte. Sobrou para dois craques: Robben e Sneijder.

Não houve ofertas interessantes na época por Diarra, Lass ou Gago. Mas é claro que haveria para os dois holandeses. Quem não os queria? Assim, contra a vontade do público, partiram para o Bayern e Inter, respectivamente. Pellegrini mudou o discurso e acatou a opinião de Jorge Valdano, dizendo apenas que “eles teriam me sido úteis”.

Os dois holandeses, no entanto, teriam resolvido os problemas de formação da equipe desde o começo da temporada, aonde houve pouca utilização – por falta de opção no grupo – pelas pontas e a falta de fluidez no meio de campo. Para piorar, o Real Madrid pagou 70 milhões pelos dois e os vendeu por quase 40 (o Bayern contratou Robben por 24; Sneijder foi contratado pela Inter por 15). Enquanto isso, o clube gastou 100 milhões com Kaká e Benzema, dois jogadores que nada deram ao Real Madrid até o presente momento.

Ainda para resgatar um pouco do dinheiro gasto (para não dizer jogado fora com o brasileiro e o francês), foram embora Huntelaar, Negredo, Saviola, Torres, Javi García, Heinze e Nistelrooy. Não bastante para compensar o dinheiro gasto, o clube foi obrigado (por seus erros) a pedir um crédito de 150 milhões a Caja Madrid e ao Banco Santander.

No Brasil e na França talvez seja um “crime” criticar Kaká e Benzema. São dois ótimos jogadores (no Milan e no Lyon jogaram muito), mas 100 milhões pelos dois, com o preço da venda de outros ótimos jogadores que foram embora, mostram um fracasso de investimento. Cristiano, apesar de ter sido o mais caro, no entanto, valeu o dinheiro.

Ao deixar Madrid, Robben se mostrou decepcionado com a decisão do clube; Sneijder também. “O clube quer me vender, mas o treinador disse que me necessita”, disse Robben. Ambos saíram frustrados com o clube, e com razão, por que não? No início de abril, um gol de Sneijder classificou a Internazionale para a semifinal da Champions; Ainda, um golaço de placa de Robben contra o Manchester colocou o Bayern na outra semifinal.

Continuação: Enquanto isso, Robben e Sneijder... [Parte 2]