Em partida válida pela 31° rodada da La Liga, o Real Madrid recebeu o grande rival Barcelona no estádio Santiago Bernabéu, na rodada mais esperada da temporada, ao qual torcedores de ambas as equipes chamaram de “final”. Dentro de campo, uma dura disputa.
Os jogadores madridistas enfileirados num minuto de silêncio antes do apito inicial. Manuel Pellegrini, ainda sem contar com Kaká, para decepção dos muitos que aguardam o brasileiro “estrear” no Real Madrid, escalou o time assim: Casillas, Ramos, Albiol, Garay, Arbeloa, Xabi, Gago, Marcelo, Van der Vaart, Cristiano e Higuaín.
Um Bernabéu lotado e no fim decepcionado para ver o grande clássico.
Primeiro tempo: No primeiro minuto, numa arrancada pela esquerda de Marcelo, a torcida vibrou com o primeiro lance de ataque da equipe blanca. A equipe catalã, no entanto, veio forte e a partida ficou dinâmica, com boa velocidade das duas equipes. Os madridistas apertaram a marcação e foram ganhando espaço. Aos 7min, num contra-ataque de Cristiano, Piqué colocou a mão na bola de forma proposital na entrada da grande área. Levou amarelo. Seria uma grande oportunidade de falta para o português. Mas o bandeira deu impedimento no lance. Cristiano voava em campo, com arrancadas incríveis.
Xabi levou um amarelo bobo aos 13min e preocupou Pellegrini. Higuaín demorou a receber bolas no campo ofensivo. Cristiano continuou correndo, mas a defesa do Barcelona estava bem. Messi levou também um amarelo bobo, por colocar a mão na bola no meio campo. O clube blanco desperdiçou um contra-ataque após indefinição de Marcelo. Higuaín reclamou por não receber o passe. Enquanto o argentino buscava receber uma bola em velocidade, o Real Madrid não conseguia se infiltrar na área adversária. O pipita, no entanto, se irritava. Vaart tentava ligar o argentino, mas a defesa rival interceptava.
Cristiano, como esperado, após correr mais do que podia e se jogar várias vezes no chão para salvar lances, sentiu a perna. O português forçou muito em 30 minutos, talvez mais do que algumas partidas em 90 minutos (o que Valdano chama de “excesso de vontade” do português). Aos 32min, surgiu Messi. O jogador entrou na área de Casillas e bateu com categoria, abrindo o placar (0-1). Como o empate também não era um bom resultado para o Real, o time sentiu o gol. Xabi perdeu um gol dentro da área, para desespero dos madridistas. Higuaín conseguiu finalmente uma bola na velocidade, mas sem ângulo isolou a bola. O Barcelona estava no controle. No último lance, um contra-ataque de Higuaín, Marcelo recebeu e jogou fora uma oportunidade de ouro de empatar.
Segundo tempo: O Barcelona voltou melhor e praticamente dominou o meio. Piqué virou um muro contra os ataques blancos, apesar de carregar um amarelo. Aos 10min, Pedro marcou o segundo do Barcelona (0-2), para lamentação dos madridistas. Pellegrini, aos 11min, colocou Guti em campo para tentar dar mais qualidade ao meio de campo. Sacou Marcelo. Mas o Real Madrid não teve poder de reação. A qualidade de Xaxi e Messi, por exemplo, era visível. O time adversário vencia por ser realmente melhor como equipe.
Guti deu um passe de gênio logo no seu primeiro lance, mas Vaart perdeu o gol feito sozinho com Valdés. O Real pagaria por estes erros. Para piorar, Guardiola colocou Iniesta em campo. Perdendo por dois gols e precisando do resultado, o Barcelona estava prestes a chegar ao terceiro gol. Era um momento terrível para os blancos. Cristiano recebeu passe longo e chutou na entrada da área. A bola não passava pelo goleiro. Pellegrini, então, colocou Raúl no lugar de Vaart. Valdés, todavia, continuava defendendo todas.
Messi quase marcou o terceiro ao ganhar de Albiol na velocidade. O jogo ficou tenso. O empate era quase impossível de acontecer. Nem ao menos um gol de honra chegava e, com o tempo passando, ficava pior. Enquanto o Real Madrid não concluía a gol, o Barcelona gostava do jogo. Aos 33min, Benzema entrou como última tentativa de Pellegrini. Saiu Higuaín. Uma atitude que revoltou a torcida. O time merengue não tinha mais formação, formação ao qual Pellegrini fracassou. Os jogadores, também, tampouco ajudaram. Bola na área do Barcelona era certeza de defesa de Valdés. Raúl marcou um gol, mas foi anulado pelo bandeira. O Real Madrid perdeu não só o clássico, como a liderança da La Liga.
Será difícil imaginar que o Barcelona poderá perder alguma partida até o fim do campeonato. E mesmo que acontecer e o Real Madrid vencer todos os outros jogos, ficarão empatados novamente nos pontos ganhos. Mas no desempate, o time catalão levará a melhor, pelo critério direto de desempate (o confronto direto: placar agregado de 3 a 0 para o Barcelona). Independente disto, o Real Madrid precisa acreditar a vencer todas as partidas seguintes. Surpresas podem acontecer, mesmo que seja quase impossível.
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